Temos a primeira imagem dos Beyblades “SuperKing” da Hasbro!

23/09/2020

Por Wyll, Beyblade Galaxy


Não é de hoje que a Hasbro opta por caminhos diferentes dos que a Takara Tomy trilha com seus Beyblades. Não há muitas informações sobre o novo sistema da Hasbro, mas isso abre para uma discussão interessante.

Essa é a imagem promocional que vimos na Amazon e ela nos revela muita coisa. Teremos ainda os mesmos componentes Layer, Disc e Driver nos Beyblades da Hasbro, enquanto a Takara Tomy resolveu mudar um pouco o conceito de Beyblade Burst com o sistema Sparking e encaixar as peças de forma diferente. Pelas mãos da Hasbro, não teremos Chip Core nem Chassi como temos nas versões japonesas. Ainda não conseguimos ver como será o novo sistema por mais boatos que existam por aí, tudo que temos para elaborar em cima é esta imagem por enquanto. É provável que a Hasbro aposte mais uma vez nas arenas e em uma mecânica similar para todos os drivers para que os Beyblades tenham um desempenho mais ou menos parecido e seja divertido assistir às batalhas.

A Hasbro é severamente criticada pelos fãs de Beyblade desde o sistema SlingShock em Beyblade Burst Turbo (equivalente a Beyblade Burst Cho-Z no Japão) por ter se distanciado muito dos produtos japoneses. Preciso dizer que Beyblade é muito divertido, é um hobby para colecionar, customizar e batalhar e as competições são intensas desde que haja uma padronização e consigamos competir. O público asiático é muito mais técnico nesse aspecto, eles amam estratégias de lançamento, combinações de peças, performances insanas e jogos muito mais diretos. Tanto é que Bakugan Battle Planet não vendeu muito por lá por ser um jogo mais parado em relação a BakuTech. Aqui no ocidente, poucos conhecem o competitivo de Beyblade, ficam com o que assistem no anime e uma ou outra batalha. É um nicho relativamente pequeno que consome o hobby competitivamente e o leva a "sério". Entendo o foco da Hasbro nessa abordagem mais "divertida" para chamar mais a atenção de quem ainda não conhece o hobby ou não é parte do nicho.

Porém...

A grande questão é que esse nicho, por menor que seja, está disposto a pagar caro pelos produtos que possam ser usados em competições. Pagam caro em versões limitadas, recolors, envio internacional e taxas de importação, pagam caro para comprar mais de uma cópia do mesmo produto só para ter mais peças para testes e torneios. Esse público consome muito e está disposto a pagar. Toda essa grana está indo para a Takara Tomy hoje. É claro que seria muito mais cômodo para todos nós se pudéssemos ir à Ri-Happy ou Americanas mais próxima e comprarmos os mesmos produtos que a Takra Tomy oferece, com a mesma qualidade e construção dos produtos japoneses, sendo somente redistribuídos pela Hasbro. Esse nicho enlouqueceria se isso fosse uma realidade. Acabaria com estoques e pediria mais porque, como disse, eles estão dispostos a gastar com isso. Falo por mim também. Passo por muitos problemas para poder importar os produtos, quando seria muito mais cômodo poder comprar os produtos distribuídos nacionalmente. Tenho certeza que mesmo com um preço absurdo como R$130, R$150 que é cobrado no Brasil por um Beyblade, o pessoal pagaria feliz caso fosse dessa qualidade insana que a Takara Tomy nos oferece.

Infelizmente não vejo uma linha como HyperBlades sendo feita em Beyblade Burst pela Hasbro. Para quem não conhece, essa linha eram produtos exatamente como os da Takara Tomy, com todas as cores e mecânicas idênticas e distribuídas pela Hasbro nas lojas, fazendo o nicho de fãs de Beyblade muito mais feliz. Essa linha pode nunca mais voltar, já que a Hasbro optou por fazer tudo tão diferente.

Considerando que nem no set Premium eles fizeram Beyblades com os materiais e mecânicas esperadas. Logo, podemos dizer que HyperBlades em Burst, do jeito que queremos, pode não acontecer.

Reafirmo aqui que não desejo nada de ruim à empresa, pelo contrário, quero que Beyblade seja divertido e muito popular, mas com uma produção tão diferente da que vemos no outro lado do mundo, fica difícil não criticar. HyperSphere é um dos sistemas mais diferentes que a Hasbro já faz. Não é um sistema ruim, é muito divertido, as batalhas são muito empolgantes e ativas, mas o padrão competitivo e a readaptação para uma nova arena e um novo estilo de jogo foi o que matou Metal Fight Beyblade quando Zero G foi lançado em 2012. HyperSphere é muito legal e certamente eu faria um esforço para comprar mais caso fosse uma linha secundária e não a linha principal de Beyblade Burst aqui no ocidente. Como linha paralela é algo diferente, algo divertido e novo, mas não chega perto do nível competitivo que temos com os produtos japoneses.

Ainda assim, precisamos ver com bons olhos o que a Hasbro tem feito. Graças às diferenças agressivas nos produtos, muitos fãs de Beyblade decidiram importar os produtos japoneses, elevando as vendas da Takara Tomy e, graças a isso, temos Beyblade Burst até hoje! Isso é muito bom.

Certamente vou comprar alguns dos novos Beyblades da Hasbro para ver como são e o que há de novo, talvez eu até goste, mas afirmo que minhas expectativas para os novos produtos estão bem abaixo do que já foram algum dia.

Surpreenda-me, Hasbro.

Diário Beyblade
Todos os direitos reservados 2020
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora